sábado, 12 de junho de 2010

Ver


Esqueça de em tudo se olhar
Que o mundo ira te ver
Pra quê querer transformar o rio em mar
Se os peixes não vão saber nadar?
Apenas tente esquecer

Eu paro para te ver
E me vejo deprimente
Logo me vem um cartaz a mente
Cuidado com o igual
Cuidado com o diferente
Nem sempre ele te deixa normal
Nem sempre ele te deixa contente

É uma pena que as canções de amor
Só façam efeito aos que amam
E que a força de um querer
Nem sempre seja forte o suficiente pra ir além
É uma pena que a verdade às vezes minta
Cegando os que por te chamam
É triste ver o sol cair
E não sentir a sombra de alguém


(Marcel Torres)

Prazer me chamam de Brasil



Eu sou um sonho em estado vegetativo
Sou um diamante desenfreado
O prato principal com sabor de aperitivo
Sou a sabedoria de um mestre calado
A estrela cadente que do céu ainda não caiu
Prazer me chamam de Brasil

Eu sou um mocinho mal compreendido
Sou a cereja do bolo
Sou o castelo de muito bandido
Sou o premio de consolo
Sirvo de pai, mãe e tio
Prazer me chamam de Brasil

Eu sou o ouro que brota da terra
Tenho asas, mas não sei voar
Como a maioria eu nasci da guerra
E da interna guerra tentam me acabar
Sou a noite que ainda não dormiu
Prazer me chamam de Brasil

Eu vivo agarrado com a esperança
Em busca de proteção
Vivo a era da balança comercial
E esta em baixa o valor de um coração
Eu sou uma pistola com tiro de fuzil
Prazer me chamam de Brasil

E que seja idolatrada
A minha pátria amada
Terra adorada entre outras mil
Talvez um dia sejas tu Brasil


(Marcel Torres)

Ouvindo Tom Jobim


Ouvindo tom Jobim
Tomando um café
Escrevendo o que vier
Esperando você dizer o que quer
De mim
Pensando em o que você pensou
Ao descobrir quem eu sou

Eu me achei,me dobrei
Me embrulhei e me mandei para ti
Por uma carta
Eu só quis dizer
TAMBÉM gostei de você
Eu só quis saber
O que você achou do romance
Depois de me ler

Eu só quis dar o tom do Jobim
Pra tentar ritmar você pra mim
Cantar baixinho pro seu coração
Nos dar um empurrão
Tirar sarro da solidão

Mas talvez essa carta tenha virado
Piada depois de lida
E no futuro agente sempre
Acaba sentindo a falta
De alguém engraçado na vida


(Marcel Torres)

viver


Viver sem ter medo de se perder
Sonhar acontecendo
Acontecer vivendo
Não existir se rendendo
Aos ideais escravizados

Se guiar na inerência
Se fazer do prazer
Significar a prudência
Saber sempre o que dizer

Esbanjar o privilegiado
Materializar o apócrifo da auto-segurança
Ser o igual diferenciado
Deixar como consolo a esperança

Saber enxergar o dom da sensibilidade
Se afogar nos mares do amor
Ter a felicidade como prioridade

E quando sentir que é o fim
Não se arrepender do que fez
O fim sendo um começo
Fazer tudo outra vez


(Marcel Torres)

Almar-me



A felicidade se espalha
Do jeito que pode
Em cada gota do sentir
Em cada sincera risada
É quando a cara do prazer rir
Se afogando em gargalhadas

Der repente os sonhos
Chegam a um senso comum
Você me oferece teu olhar
E me agradece por te ver
O vento vai calando o silêncio
E a esperança vai guiando o não ter

Sobrevôo sobre as lembranças
Que deixei pelo caminho
Ainda vendo vultos do que não foi dito
Mas logo ouço cartola e seu moinho
Reduzo a pó os meus medos
E as ilusões eu vomito

Além do teu querer
Quero almar-me do teu ser

(Marcel Torres)

Velho medo



Farrapos de desculpas esfarrapadas
Irritam a minha pele auto-solitária
Não me sinto maduro o suficiente
Para te expor a minha mente
No meu canto escuro e sem janela
Palavreio a dor de um amor ausente

Pelos passos desse caminhar
Confesso que não sei bem ao certo
Aonde quero chegar
Recuo ofegante e hesitante ao andar
Pois talvez o que tanto procuro
Não queira eu, achar

Ainda respiro a poeira
De um velho medo
Jogado no porão do meu eu
Esperando que um dia
Tu me ofereças teu coração de menina
E faça de mim menino, homem teu


(Marcel Torres)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Hô meu Velho


O seu misto de arrogância e prepotência
Não te deixa ver
O quanto ridículo você pode parecer
Hô meu velho você é grande
Mas ainda tem muito que crescer
Hô meu velho você é inteligente
Mas ainda tem muito que aprender

Pra quer se dizer o maioral?
Se achar fenomenal ?
E depois ficar procurando a moral?
Para de se curar com minha ferida
De machucar o que você não acredita
Não gosto de ver você
Se engasgando com a vida
Não quero ver você
Com essa cara abatida

Será que você não consegue ver
Que você é o pai que eu sempre quis ter
Pra quer rejeitar esse amor
Que nem tão caro te custou
Não precisa tentar se firmar
Independente do que apronte a vida
Na minha você já tem vaga garantida

Hô meu velho
O sangue nem sempre tem valor nessa historia
Algumas paginas de nossas vidas
Os laços do coração dão vida própria
Hô meu velho
Não vamos desperdiçar o presente
Que o destino nos deu
Deixe eu ocupar meu lugar nesse coração
Disfarçado de ateu

(Marcel Torres)